Rainha Tarragorn
A RAINHA TARRAGORN
O nascimento de um Tarragorn é um evento cíclico. A cada 10 mil anos, o ovo de uma criatura titânica dessas é expelido em algum lugar do planeta de If, somente se não houver algum Tarragorn ainda vivo, mesmo que em estado de hibernação. Estudiosos teorizam que tal criatura é gerada pelo potencial energético mágico incalculável do coração do mundo e parte dessa energia transborda como uma pulsão de criação planetária. Outros ainda sustentam a tese de que o Tarragorn é uma ferramenta de destruição gerada pela natureza para permitir o nascimento de novos seres que substituam aqueles que foram dizimados. Seja como for, um evento anômalo ocorreu há alguns anos: o ovo emergiu na orla do Mar Movediço.
Temendo a destruição que a criatura poderia causar, todo tipo de aventureiro poderoso e exércitos se dirigiram ao local, aguardando o momento do confronto. Para surpresa de todos, o ser que irrompeu da casca consistia num quelônio inofensivo – embora de proporções colossais – que foi batizado pelos humanos de “Keloi, o pacífico”. O titã gentil simplesmente deu as costas a todos, desprezando suas presenças ínfimas e lançou-se ao mar movediço, cuja superfície ele navega até hoje, filtrando os nutrientes suspensos nas ondas arenosas como uma baleia faria. Com o tempo, as pessoas perderam o medo de sua presença colossal e passaram a estabelecer moradia permanente em seu casco, criando assim a urbe errante de Kelonia.
O que ninguém soube é que o evento anômalo não consistia apenas no nascimento de um tarragorn pacífico, mas também de um segundo ovo que não foi expelido na superfície, mas nas entranhas subterrâneas próximas ao vulcão Kreptar. A criatura nascida deste segundo ovo era infundida com toda a violência que inexistia em seu gêmeo não-idêntico. E essa tarragorn não era apenas hostil, mas também inteligente e poderosa. E ela sentiu o rancor dos milhares de Zards que hibernavam a um longuíssimo tempo, aguardando retomar aquilo que era seu de direito. Pois eles reinaram onde os humanos reinam agora, e hão de reinar novamente quando Kreptar retornar ao auge de sua glória elemental. A rainha Tarragorn cresce nas profundezas, assim como suas confabulações diabólicas para adiantar o dia do retorno dos seus súditos Zards como senhores absolutos da superfície.
A influência da Rainha Tarragorn
A soberania da rainha Tarragorn sobre todos os répteis é tão absoluta que ela é capaz de tocar a mente de qualquer criatura desses tipos que possua até 20 dados de vida, não importa a distância, desde que o alvo também esteja no mundo de If.
Caso a criatura deseje contrariar uma ordem dada pela rainha, deverá ser bem-sucedida num teste de vontade CD 30. Em um sucesso, ela fica livre da influência mental por 24 horas(e ganha um bônus cumulativo de +1 caso a rainha tente novamente posteriormente – máximo +10). Em uma falha, a criatura ficará sobre o comando da rainha por 24 horas. Em uma falha crítica, a criatura ficará sobre o comando da rainha por 72 horas(e receberá uma penalidade cumulativa de -1 caso a rainha tente novamente no dia seguinte – máximo -10).
Ganchos para personagens jogadores
Alguns pouquíssimos Zards concebidos após o nascimento da rainha Tarragorn são imunes a sua influência mental. A razão disso é desconhecida. Assim que é descoberto que um indivíduo não é “tocado pela benção da grande mãe”, ele é imediatamente considerado um pária e uma abominação na sociedade Zard. Ele será executado brutalmente pelos demais, a menos que consiga fugir. Será caçado pelo resto de seus dias, até que seja eliminado.
Você deverá informar ao narrador e em sua ficha no momento da criação de seu personagem Zard se ele é imune ou não a influência da rainha Tarragorn. Escolha sabiamente: ao optar pela imunidade, a rainha não poderá tocar sua mente, mas seu personagem será caçado até o fim da vida por seus pares. Ao optar pela não-imunidade, você será aceito pela sociedade dos Zards, mas a rainha poderá se lançar diariamente sobre sua força de vontade como as ondas sobre os rochedos, os pulverizando até que só reste finos grãos de areia.